Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A banalização do diagnóstico de TDAH

Redação enviada em 11/03/2018

Nos últimos anos tornou-se perceptível, por meio de pesquisas e dados, um aumento dos diagnósticos do distúrbio neurológico TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – na população. O transtorno é, geralmente, diagnosticado na infância, com a observação de pais e professores. O aumento nos diagnósticos, contudo, deve ser questionado para que não haja uma banalização do distúrbio. Segundo o Ministério da Saúde, houve, no Brasil, um aumento alarmante no consumo do medicamento Ritalina, o principal usado no tratamento do TDAH. Assim, de acordo com a pesquisa, o Brasil tornou-se o segundo mercado mundial do medicamento, com um acréscimo de 775% do consumo nos últimos 10 anos. Isso se dá, todavia, por um comportamento tendencioso de pais e professores em tratar qualquer comportamento infantil agitado como sendo o TDAH. É importante salientar, pois, que há questões sociais que podem levar a criança a ter um determinado comportamento que será, erroneamente, tido como o distúrbio neurológico supracitado. Nesse sentido, é necessário pontuar que o Brasil possui um modelo de ensino ultrapassado e desinteressante que não faz sentido para muitos alunos, deixando-os impacientes na escola. Além disso, a insegurança pública faz com que os pais, temerosos com a violência, deixem seus filhos dentro de casa e não permitam que saiam para brincar, o que oprime uma agitação natural da infância. Com isso, pais e professores auxiliam para que seja feito o diagnóstico errado do TDAH por acharem inadequado o comportamento agitado da criança que, ao ser medicada, deixa de estar impaciente e inquieta. Percebe-se, logo, que a vulgarização dos diagnósticos do TDAH está muito atrelada a questões sociais mal resolvidas. Portanto, é importante que o Ministério da Educação, junto ao Ministério da Saúde, crie fóruns anuais em cada cidade do país para orientar os educadores quanto as formas corretas de diagnosticar o transtorno e como diferir de comportamentos naturais da infância. Ademais, cabe aos professores, previamente orientados, conversarem com os pais sobre o assunto durante as reuniões escolares para orientá-los também. Além disso, as escolas devem ofertar seus pátios, aos finais de semana, para que as crianças possam ter um local seguro para brincar.