Os distúrbios mentais que assolam a sociedade moderna devem ser lidados com seriedade e precisão, esta se decorre do fato do correto diagnóstico para enfim o paciente receber o devido tratamento. No Brasil, está ocorrendo uma preocupante “onda” de diagnósticos de TDAH, o que nos faz indagar se isso é o crescimento de fato de pessoas com esse distúrbio ou é uma consequência da falta de uma investigação profunda das características da doença. Com o advento da Revolução Industrial, o modo de viver em sociedade mudou para se moldar ao novo sistema de trabalho fabril. As longas jornadas de trabalho mudavam a rotina das pessoas, que agora passava a ser vivida de forma rápida, no intuito de produzir mais em menos tempo. Com isso, a maneira rápida de viver e solucionar os problemas deveria se repetir para os problemas físicos, mentais e psicológicos do corpo, com a invenção da farmácia e as drogas que solucionavam as doenças. No Brasil, segundo pesquisas, cerca de 2 milhões de novos casos de TDAH são diagnosticados todos os anos. Esse número exorbitante fez crescer o mercado de drogas referentes a essa doença em 775%. O TDAH atinge em média cerca de 5 a 7% das crianças no mundo, ou seja, no país, os dados estão bastante elevados quando se compara ao mundo, configurando a banalização desse diagnóstico. Podemos perceber que o risco do diagnóstico errado pode trazer sérios problemas, dentre eles o consumo errôneo de medicamentos. A partir disso, pensamos que o exame mais detalhado, o qual deve ser consequência do conhecimento das características do TDAH, é primordial para evitar a banalização da doença. Para isso, o apoio do governo federal patrocinando campanhas de profissionalização para os profissionais da área de psicologia, visando um maior embasamento técnico sobre esse distúrbio mental se faz necessário, bem como o papel da mídia na ampla divulgação do assunto em sociedade para que as pessoas compreendam a doença.