Desde a década de 1980, a sociedade é desafiada pelo problema que envolve o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Nos dias atuais, apesar dos avanços implementados pelo Governo, tais como o Núcleo de Atendimento aos Hiperativos (NAH) , o desafio, devido à negligência e compactuação da sociedade e à falta de atitude do Governo, urge por soluções imediatas. Em uma primeira análise, sob a ótica sociológica, a persistência da problemática no Brasil é intrinsecamente fomentada pela negligência e a compactuação da sociedade que banaliza situações de crianças muito agitadas e sem concentração para as tarefas e não procuram ajuda dos especialistas. Nesse sentido, em um estudo publicado pela Folha de São Paulo, foi divulgado que o aumento dos casos de meninos e meninas portadoras de TDAH , constrói-se historicamente na formação social do Brasil como traço revelador do passado cultural nacional. Desse modo, a sociedade torna-se a principal vítima de suas próprias contradições, omissões e condutas. Ademais, em um segundo plano, a falta de atitude do Governo possui estreita relação com o aumento dos casos de diagnóstico infundados de TDAH. Isso porque a falta de investimentos em projetos de pesquisa sobre um diagnóstico precoce gera uma sensação de abandono, culminando, assim, na elevação dos casos de desrespeito à saúde da criança . Esse processo decorre da necessidade que o povo sente de ser protegido por seus governantes. Nesse contexto, o filósofo Platão afirma que a punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é ficar sob o governo dos maus. Dessa maneira, a imprescindibilidade de superação do aumento de crianças com diagnóstico de TDAH configura-se como um importante desafio da pós-modernidade. A negligência da sociedade, em paralelo à falta de atitude do Governo, portanto, são condições diretas para que o grave caso de banalização do diagnóstico de casos de TDAH ocorra no Brasil. A fim de que haja a imprescindível superação desse panorama, faz-se necessário que o Governo, por meio dos agentes de saúde, implemente fóruns de debates e divulgação sobre os principais sintomas de TDAH. Nesse aspecto, deve-se criar núcleos de atendimento preventivos e orientação aos pais de crianças que apresentem déficit de atenção, permitindo, dessa forma, um diagnóstico preciso e uma ação eficaz no tratamento da problemática. Além disso, a mídia, consciente de seu papel social, deve buscar a maior informatividade e construção de postura crítica da população, ao divulgar projetos que incentivem o respeito ao direito de ser criança e viver de forma digna de cada cidadão. Agindo assim, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal ou uma utopia.