No ínterim do século XXI, o mundo conhece mais acerca dos distúrbios neurológicos. Dentro dessa esfera, está o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), talvez o mais famoso transtorno de aprendizagem, mas não é o único. A falta de profissionais no mercado, a falta de qualificação e, às vezes, as fraudes visando o benefício próprio, irrefutavelmente, são os principais causadores da banalização do diagnóstico dele. A priori, é importante destacar que, infelizmente, o Brasil não se destaca em âmbitos como os da neuropsiquiatria e neuropsicologia. Há, indubitavelmente, falta de profissionais no mercado, com a maioria somente presente nas grandes metrópoles. Ademais, a grande maioria das escolas não conta com um profissional da psicologia em seu quadro de funcionários, o que faz com que alunos que possam ter alguma deficiência sejam tidos como desinteressados. Conjuntamente, a falta de profissionais qualificados piora ainda mais a situação. No geral, as deficiências de aprendizados são semelhantes, todavia divergem em aspectos marcantes; como a dislexia no âmbito da linguística, a discalculia no da matemática. A falta de qualificação, com alguns profissionais desconhecendo outros transtornos além do TDA e TDAH, gera diagnósticos incorretos. Não menos comum, ocorre também a confusão entre TDA e TDAH, que se diferem quanto a presença ou não de hiperatividade no quadro. Outrossim, cresce cada vez mais o número de pessoas que buscam um falso diagnóstico. O filme americano Sem Limites, lançado em 2011, tem como enredo principal a história de um escritor que começa a utilizar uma droga da inteligência. Após isso, sua memória e capacidade de aprendizagem são aumentadas. Curiosamente, a data de lançamento do filme bate com o período em que a produção de medicamentos que tratam transtornos de aprendizagem aumentou. Desde então, não são raras as reportagens que mostram pessoas utilizando as medicações enquanto estudam para concursos públicos e vestibulares. Infere-se, assim, que o diagnóstico do TDAH, é, muitas vezes, feito incorretamente. A fim de sanar essa problemática, o Estado, por meio da educação, deve buscar formar mais profissionais para atuarem na área. Não obstante, o Ministério da Saúde deve buscar mudar a forma de diagnóstico do TDAH, tornando o processo mais rigoroso e dividindo em mais etapas, o que resultaria em diagnósticos mais precisos e, paulatinamente, inibiria fraudes por parte de pessoas que buscam utilizar de maneira imprópria os medicamentos.