O vírus HIV, disseminado pelo mundo a partir da década de 1980, causou uma pandemia de AIDS, que perdera até hoje. No Brasil, as ações estatais de combate a essa doença são reconhecidas internacionalmente, em razão do oferecimento gratuito de tratamento de qualidade e prevenção. No entanto, os problemas enfrentados pelos portadores dessa DST estão longe de serem resolvidos. A principal tarefa a ser realizada pela sociedade e pelo Estado é dissolver preconceitos, discriminações e demais atitudes oriundas da ignorância sobre a temática. As metas atingidas pelo Ministério da Saúde no combate a AIDS mostram que o Estado não está negligenciando suas responsabilidades, no que se refere aos investimentos necessários. Entretanto, a sociedade brasileira, em geral, não possui um grau de informatividade ideal sobre doenças sexualmente transmissíveis. Com efeito, os portadores do vírus HIV são tratados de forma repulsiva, visto que o senso comum acredita que há possibilidades de contágio pelo ar e pela saliva, também, é comum a associação desses indivíduos com a homossexualidade e com práticas pecaminosas. Dessa forma, é grande o número de pessoas que evitam realizar testes e tratamentos disponíveis, muitas vezes, por medo de sofrer repressão. Nesse sentido, a falta de educação é um problema relevante a ser considerado. O conhecimento científico sobre o comportamento dos diversos vírus já estão documentados e presentes nos livros de biologia, apesar de Louis Pasteur ter descoberto a existência de microrganismos há poucas décadas. Todavia, a irresponsabilidade dos jovens em realizar métodos preventivos é uma realidade. A camisinha, oferecida gratuitamente pelo SUS, é pouco utilizada entre eles, mesmo com a ajuda de campanhas educativas, comum no período do Carnaval. Esse quadro se reflete na quantidade exorbitante de pessoas portadoras do vírus que não foram diagnosticadas, o que impede a realização do tratamento necessário. Entende-se, portanto, que a questão da AIDS no Brasil é um problema mais social e educativo do que econômico e político. É fundamental, desse modo, a implementação de medidas congruentes com essa realidade. O Ministério da Educação pode orientar as escolas públicas a realizar constantes palestras sobre DSTs, enfatizando as formas de contágio, prevenção e tratamento. Por outro lado, o Governo Federal deve destinar recursos financeiros a ONGs que realizem projetos que estimulem a realização de testes sanguíneos para rápidos diagnósticos em bairros carentes. A mídia, ainda, deve retratar, através de novelas e filmes, casos de famílias com membros soropositivos, para que eles sejam vistos como pessoas normais.