Título da redação:

AIDS e a sociedade

Tema de redação: A AIDS em questão no Brasil

Redação enviada em 15/10/2015

A AIDS, síndrome da imunodeficiência adquirida, é mais do que uma patologia: é um estigma. O estigma, segundo o sociólogo da escola de Chicago Erving Goffman, é um atributo que produz amplo descrédito na vida de um indivíduo. O sujeito soropositivo, ou seja, aquele que contraiu a AIDS, é muitas vezes visto como impuro e sujo pela sociedade, portanto, estigmatizado. Para entender o que é a doença em essência, deve-se analisar a AIDS separadamente sob duas perspectivas: a científica e a social. A partir da perspectiva científica, temos que a AIDS é uma DST (doença sexualmente transmissível) causada pelo retrovirús HIV. Tal vírus não é ordinário, já que ele é capaz de sintetizar DNA a partir de RNA. Uma vez no corpo humano, o HIV ataca os linfócitos T-CD4, responsáveis pela defesa do organismo. Sem esses glóbulos brancos (linfócitos), o sistema imunológico fica deficiente, se tornando muito mais vulnerável a infecções. A doença é transmitida através de relações sexuais desprotegidas (sem o uso de preservativo), contato com sangue ou fluidos sexuais e de mãe para filho no momento do parto e da amamentação. Não existe cura definitiva, mas sim um tratamento a ser realizado ao longo da vida. No prisma social, a AIDS tem muito peso na vida de uma pessoa e gera grande preconceito. Em parte, este é proveniente do fato da AIDS ser uma doença sexualmente transmissível, dado que o sexo ainda é um grande tabu na sociedade brasileira: é visto como algo imoral e errado. Como as DSTs advém do sexo, são consideradas doenças de pessoas imorais e erradas. No entanto, o ato sexual é da natureza humana e precisa parar de ser desmoralizado. Além disso, o preconceito contra os indivíduos aidéticos também é gerado por falta de informação. Muitos evitam qualquer tipo de contato com uma pessoa soropositiva pois acreditam que vão contrair a doença com um mero aperto de mão, o que é uma total inverdade. Apesar de o Brasil ser líder em pesquisas científicas sobre a AIDS, ainda há um atraso em relação à conscientização da população: poucos tem conhecimentos sólidos sobre a doença. Para que isso ocorra, o governo pode instituir uma disciplina de educação sexual nos moldes dos Estados Unidos nas escolas de ensino médio e distribuir folhetos informativos junto com as camisinhas que o SUS já disponibiliza gratuitamente. Fornecer apoio psicológico de qualidade e gratuito aos soropositivos também é algo de suma importância. Continuar e fomentar o fornecimento gratuito dos medicamentos destinados ao tratamento da AIDS é mais do que crucial.