Título da redação:

A relativização sexual e o otimismo imprudente.

Tema de redação: A AIDS em questão no Brasil

Redação enviada em 06/12/2015

A AIDS foi detectada em 1981 e o vírus HIV foi reconhecido como seu agente causal por cientistas americanos e franceses em 1984. O controle da doença era feito através de campanhas preventivas, em paralelo ao início das pesquisas científicas em busca de tratamentos mais eficazes. As campanhas continuam a existir e as pesquisas já puderem contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos infectados. No entanto, essas medidas tornaram-se insuficientes, visto que o número de casos de AIDS vem aumentando. A adoção dos conceitos relativistas vem desconstruindo o formalismo educacional: as ideias, os valores, as crenças e os hábitos, que até então eram repassados no ambiente familiar, são, agora, difundidos pela indústria cultural nos moldes de uma educação cada vez mais permissiva. Esse estímulo midiático à liberdade dos costumes tem ofuscado o preceito newtoniano segundo a qual para toda ação, existe uma reação e, analogamente, para toda imprudência, uma consequência. Não é surpresa, portanto, que a prática de sexo sem camisinha tenha efeito acumulativo no número de casos de AIDS. À essa ideia de liberdade e de vida sem limites alia-se as novas descobertas científicas que estão contribuindo para o tratamento da AIDS, como o desenvolvimento de coquetéis, que já estão em uso, e de vacinas, que ainda estão na fase de testes. Esse contexto, involuntariamente, atua sobre o imaginário da população, amenizando a gravidade da doença e, por consequência, a preocupação com as medidas profiláticas. A falta de temor da doença favorece a prática de sexo sem camisinha que, por sua vez, contribui para o aumento do número de casos de AIDS. Deste modo, a divulgação dos efeitos da doença no corpo e na vida social, bem como dos efeitos colaterais do tratamento, devem ser os alvos das campanhas de prevenção. Do contrário, esse cenário de “otimismo” continuará sendo predominante sobre o cenário realista ao qual os infectados estão submetidos.