Em sua obra “Utopia” o escritor inglês Thomas Morus propõe uma sociedade alternativa e perfeita, livre de mazelas sociais. No entanto, essa perspectiva no Brasil hodierno está distante de se tornar real, devido a imbróglios como os desafios para se combater a AIDS, causado seja pelo preconceito enraizado na sociedade, seja pela irresponsabilidade cometida por jovens.    Mormente, de acordo com o filósofo francês Sartre, o ser humano é livre e responsável, dessa maneira cabe a ele escolher o seu modo de agir. Sendo assim, uma parcela da população mostrou-se, em pleno século XXI, detentora de uma mentalidade ignorante que relaciona o homossexualismo a síndrome da imunodeficiência adquirida. Em vista disso, práticas preconceituosas dificultam com que gays, travestis e prostitutas tenham pleno acesso às políticas de prevenção, contribuindo assim para que esse quadro se agrave. Seguindo essa linha de pensamento, a frase proferida por Albert Einstein  “Época triste a nossa, mais fácil quebrar um átomo do que o preconceito.” faz-se presente nesse contexto.    Ademais, a anomia social, mencionada pelo sociólogo Émile Durkheim, identifica um contexto no qual os indivíduos tornam-se incoerentes devido às rápidas mudanças na sociedade. Conforme tal preceito, então, configura-se o atual panorama brasileiro onde grande parte dos jovens praticam sexo desprotegido. Por consequência, o aumento de soropositivos na população do sexo masculino, com idades entre 15 a 19 anos, triplicou de 2006 para 2015 de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, confirmando assim a falta de equilíbrio no corpo social.    Destarte, a fim de se atenuar a proliferação do vírus HIV no Brasil, o Ministério da Saúde, em conjunto com a Mídia, deve planejar e executar ações que visem garantir o pleno acesso às políticas públicas de saúde por toda população. Isso pode se dar por intermédio de propagandas durante horários nobres na televisão, que tenham como objetivo a desconstrução do preconceito enraizado na sociedade contra pessoas soropositivas. Além disso, é mister que as Escolas, em parceria com as famílias, promova um debate mais aprofundado com os jovens sobre a importância do uso de preservativos, isso pode se dar por meio da distribuição gratuita de camisinhas em escolas além de palestras com profissionais da área de imunologia e distribuição de prospectos. Sob tal perspectiva, o caminho já é conhecido, basta que o primeiro passo seja dado para que, como Gandhi defendia, tornemo-nos a mudança que queremos ver em nossa sociedade.