"Se eu soubesse que ficaria assim, teria usado preservativos, teria cuidado melhor de mim" relata Marvin Teixeira, 22 anos, portador do HIV. Seu lamento poderia ser o de outros 650 mil brasileiros - dos quais aproximadamente 20% se quer sabem serem portadores. Normalmente, os infectados passam por um longo período sem manifestar qualquer sintoma, o que os fazem sequer desconfiar serem portadores. Dessa forma, continuam a se relacionar - muitas vezes sem preservativo, e a disseminar o vírus para seus parceiros, e esses aos seus, o que acaba se transformando em uma enorme rede de transmissão da doença. No caso dos jovens, que não vivenciaram o drama da epidemia da AIDS nos anos 80 e 90, que não acompanharam a morte de Cazuza, Renato Russo e tantos outros ídolos, parece que a doença não é real. Não se tem noção do quanto os sintomas podem ser devastadores, e do quão desagradáveis são os efeitos colaterais do coquetel para manter o vírus sob controle - entre outros efeitos colaterais estão vômitos, diarréias, depressão e insônia. Nesse sentido, cabe principalmente aos indivíduos a consciência da gravidade da doença. O Estado pode aumentar o numero de agentes nos postos de saúde, para que seja possível realizar o diagnostico o mais cedo possível. Os pais, esses devem orientar sobre a importância do uso de preservativos, desde a primeira relação. Quem sabe assim, relatos como o de Marvin possam ser menos frequentes.