Título da redação:

A AIDS como doença e tabu na sociedade brasileira

Tema de redação: A AIDS em questão no Brasil

Redação enviada em 06/10/2015

Mais que uma doença, a síndrome da imunodeficiência adquirida se tornou um tabu em nossa sociedade. Esse fato é uma das principais causas da extensa dificuldade de conter o alastramento da AIDS, ou seja, além dos motivos biológicos (elevada frequência de mutação do retrovírus causador da patologia), é necessário enfrentar também os sociais, os quais têm raiz na ideologia que a maioria carrega e transmite, repleta de preconcento, ignorância, atritos religiosos, caracterizando uma mentalidade arcaica, e, infelizmente, predominante. Segundo dados do Ministério da Saúde, os mais atingidos são os pobres e as mulheres, ou seja, grupos sociais que mais enfrentam barreiras culturais impostas pela ideologia predominante na sociedade. Os primeiros se tornaram mais vulneráveis devido à dificuldade no acesso aos serviços de prevenção e de tratamento, o qual é demasiadamente ostensivo e tem se tornado razão de constrangimento quando o enfermo o revela ao meio social. Além disso, o controle da prevenção nas mãos do homem prejudica o segundo grupo, à medida em que é facilitado o acesso aos preservativos masculinos e não o fazem da mesma maneira com os femininos, deixando as mulheres dependentes da escolha do parceiro. Embora tenham ocorrido avanços nesses grupos, desde o primeiro caso registrado no Brasil em 1982, essas melhoras têm sido resultado de investimentos em processos preventivos, ou seja, foi reduzido apenas o número de novos infectados. Sendo assim, o maior alcance do tratamento não está sendo focado, o que pode acabar provocando fortes impactos demográficos, econômicos e sociais, visto que a AIDS, diferentemente das outras doenças, atinge mais os jovens, ao invés de idosos e crianças, e, portanto, a parte da população que mais oferece força de trabalho. Assim, torna-se clara a necessidade de avanços de maiores proporções nos tratamentos da doença, assim como tornar os preços dos mesmos mais acessíveis. Dessa forma, um meio para essa alternativa pode ser a propiciação de melhores oportunidades de estudos aos cientistas brasileiros que querem e são capazes de produzir ou identificar um tratamento de maior qualidade e que demande menos capital para ser adquirido. Bolsas de estudos, laboratórios devidamente equipados, acesso fácil aos livros necessários para o estudo, são instrumentos que podem ser oferecidos pelo governo federal às Universidades federais, melhorando, assim, o desempenho dos estudantes e cientistas na busca por uma melhor profilaxia da enfermidade em questão.