Argumentação e senso crítico
O texto dissertativo-argumentativo prevê a argumentação, a
discussão, a defesa de um ponto de vista. Isso significa que não se deve ficar apenas na
exposição dos fatos, é preciso argumentar. Se ocorrer apenas a exposição, há, assim, outro
tipo de texto, o dissertativo-expositivo, o qual não é o exigido pelo Enem.
Outro ponto que merece atenção é a necessidade de se selecionar muito bem os fatos e os argumentos que irão compor essa parte do texto e que irão, de fato, defender a tese levantada. Essa seleção requer cuidado, pois é muito recorrente o candidato apresentar uma tese e defendê-la com argumentos contraditórios, ou não defendê-la, e isso não pode
acontecer.
Além dessa preocupação com a seleção, é preciso ter atenção com a organização da
argumentação, os argumentos precisam apresentar uma sequência lógica, precisam estar
relacionados, articulados à tese, bem explicados e fundamentados. Isso é fundamental para
garantir uma boa nota, facilitar a compreensão de suas ideias e alcançar a persuasão. Por
isso, é importante selecionar os argumentos previamente, fazer o planejamento textual e
escrever com calma.
Para a melhor construção do desenvolvimento do texto, é preciso tomar cuidado
com o ‘senso comum’. O senso comum está ligado à maneira de pensar da maioria das
pessoas, adquirido a partir de experiências e vivências, as quais são reproduzidas. Não é
que o senso comum não possa aparecer no texto, mas é preciso tomar cuidado para que a
discussão não fique apenas pautada nele, uma vez que pode enfraquecer a argumentação, além de ser algo que, por ser de conhecimento de todos, é reproduzido pela maioria dos
candidatos.
Sendo assim, deve-se priorizar o senso crítico, o qual reflete a capacidade de
questionar, de analisar, de criticar os fatos e está mais ligado à questão da cientificidade,
além de contribuir com a autoria. E é esse tipo de argumentação crítica e fundamentada que
se espera no texto dissertativo-argumentativo.