Lançado em 1999, o filme " Experimentando a Vida" retrata uma triste realidade enfrentada por Elisabeth Shue , uma jovem autista que, mediante as dificuldade de comunicação e aprendizagem, não consegue realizar o maior o sonho de sua vida que é conseguir um emprego . Assim como no filme, ainda hoje, no Brasil, os portadores do espectro autista possuem inúmeras dificuldades para realizar funções básicas do dia a dia como estudar, trabalhar ou pegar um táxi no caminho de volta para a casa. Dados de um levantamento divulgado pela ONU, em Outubro de 2015, estima-se que no Brasil apenas 12% dos adultos portadores de autismo possuem um emprego em período integral. Essa pequena parcela de trabalhadores autistas inseridos no mercado de trabalho pode ser explicado pelo fato de que a maioria da empresas brasileiras não estão preparadas para receber pessoas que necessitam de cuidados especiais. Outro fato importante que merce destaque está relacionado diretamente com a educação.Segundo essa mesma pesquisa, mesmo após a implantação das políticas de ações afirmativas, menos de 1% dos jovens portadores de autismo encontra-se nas universidades, isso evidência que o problema relaciona-se não com a elaboração de novas leis, mas sim na execução das que já existem. Além dos transtornos relacionadas com trabalho e educação, o tratamento destinado para pessoas com transtorno do espectro autista não condiz com a realidade do país. Muitas vezes o diagnóstico tardio, associado à fila de espera por uma terapia ou consulta com profissionais especializados pelo SUS, acabam impedindo o desenvolvimento relacionado a aprendizagem, coordenação motora e comunicação, isso poderia ser evitado caso houvesse um departamento específico para cuidar de pessoas que possuem esse tipo de dificuldade, pois, com o reconhecimento precoce desse distúrbio, as probabilidades de êxito no tratamento se tornariam maiores. Sendo assim, é dever do Ministério do Trabalho, em parceria com empresas públicas e privadas, aumentar gradativamente o número de vagas de emprego para trabalhadores que possuem esse tipo de dificuldade. Isso pode ser feito por meio da diminuição da taxa de impostos cobrados pelo governo por cada funcionário autista dentro da empresa, ou seja, quanto maior o número de trabalhadores portadores do espectro autista, menor os impostos pagos ao governo sobre eles. Ademais, é dever do Ministério da Saúde, junto com o Ministério da Educação, capacitar profissionais da área da saúde , por intermédio de cursos profissionalizantes, para melhor atender as necessidades de cada individuo de forma que o tempo de espera na fila para o tratamento seja o minimo possível, dado que só assim o país poderá enfrentar esse triste problema que assola nossa sociedade.