O escritor Dans Olweus definiu o bullying pela primeira vez no limiar de 1980, como atos agressivos e repetitivos no contexto escolar. Nesse sentido, tal fenômeno vem ganhando grandes e preocupantes proporções nos últimos anos no Brasil. Dentre os principais motivos para o recrudescimento da chaga social, destacam-se a influência familiar e a impunidade. A priori, é notório que uma das raízes da problemática é a influição do âmbito doméstico. Isso decorre, lamentavelmente, da prevalência, muitas vezes, da violência de amplo espectro no meio privado, onde a criança, por meio da socialização em família, absorve a sua personalidade comportamentos e atitudes afrontosas, como discorre Pierre Bourdieu na teoria do " Habitus", em que concepções da consciência coletiva são incorporados, naturalizados e reproduzidos pelos indivíduos. Em decorrência disso, tais atos indevidos são propagadas pelos menores, no ambiente escolar, pelo embate físico e psicológico contra as vitimas. Além disso, nota-se, ainda, que a impunidade é um fator que impulsiona a epidemia social. Isso acontece, infelizmente, porque muitas instituições, pela inobservância, não possuem mecanismos de identificação do bullying, atrelado a isso, o silêncio dos espectadores, por medo de retaliação dos agressores, contribui diretamente para a continuação do problema. Tal situação rompe com o conceito aristotélico de justiça, na qual equivale-se a uma disposição de caráter ou virtude que molda o comportamento humano. Logo, é necessário a implementação de instrumentos de identificação dos ofensores para que sejam devidamente punidos. Infere-se, portanto, que a adoção de medidas capazes de assegurar um ambiente seguro e sem violência nas escolas torna-se imprescindível. Faz-se necessário que o Ministério Público, em consonância com a mídia televisiva, crie uma campanha, direcionada aos responsáveis dos alunos, pautada essencialmente na elucidação de comportamentos negativos que podem afetar diretamente na formação da índole de seus filhos, com o escopo de promover futuros cidadãos tolerantes. Ademais, as Secretarias de Educação devem promover a construção de espaços socioeducativos,composto por psicólogos, adequados para a desconstrução de atitudes e comportamentos violentos dos alunos agressores. Somente assim o bullyning no Brasil tornar-se-á algo meramente abstrato.