Título da redação:

O Preconceito Enraizado na Linguística Brasileira

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 12/09/2018

A construção da identidade brasileira sempre foi marcada por diferenças que definem cada região ao longo de sua extensão. Essas diferenças são frutos de uma miscigenação histórica que o país arrecadou no decorrer de seu tempo. A linguagem é um dos principais pontos da cultura brasileira que mais apresenta diversidade dentro do contexto nacional e, concomitantemente, é um dos pontos que mais apresenta um preconceito enraizado pela falta de reconhecimento na educação do país. Portanto, é necessário avaliar esse cenário de intolerância para que medidas sejam estabelecidas. De acordo com a Associação Brasileira de Linguística, a linguística não é uma disciplina normativa ou prescritiva, e sim se trata de uma ciência social que descreve como a língua é usada. Dessa forma, a linguagem de uma pessoa deve ser levada em consideração não apenas no ponto de vista regional, mas também dentro do contexto social no qual ela se insere. Tendo em vista que a norma aceita socialmente é a norma culta ensinada nas escolas, um indivíduo de baixa escolaridade que não se adéqua aos padrões da linguagem comum, pode ser ridicularizado e segregado do corpo social por conta do seu modo de se expressar. Além da exclusão social que isso pode causar, a linguagem por muitas vezes é usada como instrumento de poder. Um indivíduo, por apresentar uma baixa escolaridade, pode ter sua fala desconsiderada por não estar dentro dos padrões da normal culta, perdendo o seu local de fala e a credibilidade por suas ideias. Sendo assim, as pessoas que são silenciadas podem ser mais propensas a se tornarem alienadas, por darem apenas importância ao que são ditos por indivíduos que se adéquam a norma culta. Em síntese, levando em consideração que o objeto de estudo da Sociolinguística é a língua falada, deve-se levar em consideração todas as suas variantes dentro do campo gramatical, sem partir da crença de algo dado como “certo” ou “errado”. Portanto, é necessário que hajam campanhas do Estado que mobilizem discussões sobre a variação linguística dentro das escolas, para que possa inserir os alunos em um contexto de maior mobilidade social. Além disso, é importante que o Estado, dentro do campo educacional brasileiro, reconheça dentro de livros didáticos outras normas em que a língua se insere além da norma culta, afim de que possa reduzir o preconceito dentro dessa diversidade cultural.