Título da redação:

Mais zelo pelo primeiro estado da vida

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 05/08/2015

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o percentual de partos cesários no sistema público e privado seja de no máximo 15% pelo fato do número acima desse valor não mostrar diminuição da mortalidade entre mãe e filho. Entretanto, no Brasil essa taxa chaga a alarmantes 39,7%, representando a falta de zelo com que a sociedade brasileira tem consigo mesma. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que na maioria das vezes a orientação médica é a de que na hora do parto a gestante seja submetida à cesariana. Isso acontece devido a maior conveniência desfrutada pelo médico, uma vez que gasta-se menos tempo do que num parto normal retirando o bebê da barriga materna por meio de procedimento cirúrgico. Sem falar na retribuição pecuniária que o profissional recebe por esse trabalho, a qual é a mesma em ambos os casos, tornando evidente que o parto cesário é o melhor negócio para o obstetra pois além de economizar tempo, ganha-se mais. Além disso, outro fator preponderante que reduz a ocorrência de nascimentos naturais é o medo que as mulheres tem do flagelo ocasionado pelas dores do parto normal. É notório e comprovado que o sofrimento feminino no momento de dar a luz é doloroso e a associação desse fato com a possibilidade de se ter um filho sem esse martírio por meio da mesa de cirurgia, é o que motiva a maioria das futuras mães a optar pelo parto cesário, já que a anestesia inibe a dor. E imprescindível, portanto, uma intervenção no setor público e privado. Para tanto, o Estado deve pagar mais a seus servidores pelo parto normal em relação ao outro tipo, tendo em vista tornar mais viável para o especialista em obstetria recomendar o nascimento normal. Na esfera privada, é preciso implantar, em conjunto, lei e fiscalização para que a cesariana seja realizada somente quando estritamente necessário. Por um lado a legislação irá tornar essa conduta obrigatória e por outro ao fiscais do Governo podem evitar a desobediência da determinação legal. Ademais, uma campanha de conscientização no sentido de mostrar para a sociedade que o parto normal é bem mais saudável para mãe e filho é de grande valia, cabendo mídia tal tarefa.