Título da redação:

Haptos à vida

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 06/08/2015

O ser humano, assim como outras espécies animais, de acordo com a evolução, foi selecionando naturalmente as melhores adaptações de sobrevivência, inclusive na reprodução. Ainda que o corpo da mulher esteja preparado, sozinho, para gerar vida, o progresso médico possibilitou o "conforto" das cesárias, popularizando-as, com destaque no Brasil. Todavia, os riscos dessas prática sem sua real necessidade e a falta de orientação, então, torna o parto problema. Um dos motivos que conduzem ao alto índice cesarianas em nosso país é a falta de informação adequada. Mulheres que na contemporaneidade desejam ser mães, já nasceram num cenário em que as cesárias são a rotina do processo de nascimento. Entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, tal prática é aconselha apenas para situações de risco na gestação, em virtude dos perigos que envolvem qualquer procedimento que exige recuperação. Porém, com o público feminino orientado apenas por planos de saúde que preferem o agendamento, muitas não conseguem optar pelo parto normal. Assim, elas têm um direito humano negado devido a falta de conhecimento. Outro ponto relevante nesse contexto é a influência midiática perante às decisões femininas ao darem a luz. Visto que essa discursão gerou debate social, englobando forças como o feminismo, que apoiam o parto humanizado, além de outras pessoas da mídia, as mulheres descobriram uma diversidade de procedimentos no parto, contudo, sem uma orientação voltada à saúde. Com isso, uma das consequências pode ser ilustrada pelo aumento em 20%, segundo a Folha de São Paulo, dos partos em água, após a maior modelo brasileira e internacional fazer essa opção. Dessa forma, notamos a segurança do parto ficar em segundo plano perante o destaque errado dado pelos canais de comunicação. Colocar uma vida no mundo, portanto, não deve ser um desafio maior do que as próximas etapas do seu desenvolvimento. Para o parto não mais ser um problema no país, o Estado deve realizar campanhas midiáticas que orientem, com detalhes, acerca dos prós e contras de cada procedimento existente, deixando claro, sobretudo, a necessidade de cesária apenas em urgências. Além disso, o poder público pode disponibilizar, nos hospitais gratuitos, parteiras, incentivando o parto natural e o maior equilíbrio no quadro nacional de partos. Por fim, criar um canal de denúncias específico para casos de direitos negados por instituições ou médicos também será importante, afinal, a natureza humana está hápita a gerar vida.