Segundo Lavoisier, "na natureza nada se cria, nada de perde, tudo se transforma". Ao julgar o panorama atual, esta preciosa citação é aplicada no sistema público de saúde brasileiro, onde o parto sofreu mudanças e abriu uma nova possibilidade além da natural: a cesárea. Contudo, embora haja o direito da mulher sobre seu corpo, permitindo-a escolher o método mais apropriado, esta decisão também envolve componentes econômicos e sociais que não devem ser ignorados. Em primeiro lugar, é válido considerar os custos envolvidos nestas operações. A cesárea depende de mais profissionais e anestesia efetiva por ser um método mais traumático em comparação ao parto normal. Este, por sua vez, é adotado primordialmente em países desenvolvidos, o que mostra a preocupação dos Estados em reduzir custos e assim, aplicar a verba na melhoria do serviço público de saúde. Nesse contexto, também pode-se observar a visão errônea atribuída ao parto humanizado. Diante do medo da dor e preocupação estética - pelo fato do corte no períneo ser necessário em alguns casos- a mulher opta pela comodidade da cesárea, ignorando consequências como a recuperação lenta e o maior risco de infecções. Isto, aliado a influência de médicos -interessados em reduzir o procedimento do parto- faz com que os números dessas "cirurgias" tornem-se alarmantes. Fica claro, portanto, a necessidade de medidas para amenizar este problema. Para isso, o governo deve aplicar leis que promovam limites para a cesárea em casos desnecessários, incentivando os profissionais de saúde a aconselharem o parto normal. Dessa forma, os custos serão reduzidos e a situação da saúde brasileira novamente seguirá a lei de Lavoisier, transformando-se de forma benéfica tanto para as mães quanto para os filhos desta nação.