Título da redação:

Cirurgia desnecessária: desperdício de dinheiro público

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 01/08/2015

No Brasil, assim como em diversos países no mundo, a cesariana tem sido cada vez mais a escolha das mulheres, tal opção, não surge do nada. Embora os médicos da rede pública recomendarem o parto natural, a descrença na capacidade dos hospitais públicos, somado com o mito de que a dor no método natural é inevitável, geram, infelizmente, milhões de reais gastos pelo país, com cirurgias desnecessárias. Atualmente, sabe-se que a hora do nascimento do filho (por meio natural), pode ser de muito conforto para a mãe. De fato, a dor do parto natural pode ser extinguida através do uso de anestesia, uma mulher no momento das contrações, pode caminhar sem sentir incômodo algum. Entretanto, é comum ainda que gestantes, influenciadas por amigas que foram mal atendidas, ou então, por causa de programas de televisão, que assistiram ao longo da vida, associarem, erradamente, o parto natural a uma dor insuportável, cujo único caminho de saída, é a realização de uma cirurgia. Alertar sobre os riscos da cesárea é pouco. É necessário, além disso, investir fortemente no sistema de saúde pública no Brasil, pois, sem dúvidas, o campo que deveria cuidar dos doentes, está doente: falta estrutura, recursos e organização. Tudo isso, reflete-se também no alto número de cesáreas no país, afinal, aos olhares da cidadã, os riscos de uma cirurgia desnecessária são muito distantes, se comparados com a grande chance de ela se tornar uma vítima de um atendimento emergencial precário, onde seria obrigada a esperar por muito tempo – sentindo fortes dores – para ser transferida, e somente então, ter o seu bebê. Sendo assim, fica evidente que o Estado deve buscar diminuir o número de cesáreas desnecessárias na rede pública. Com o dinheiro economizado, o governo terá recursos para aplicar no próprio sistema de saúde: recursos como anestesias e o treinamento dos funcionários para os cuidados com as gestantes, tanto no pré-natal, quanto no emergencial. Soma-se a isto a necessidade da criação de campanhas em pró do parto natural, estas devem estar presentes nos canais abertos de televisão e nas escolas, focando-se em desmitificar sobre o sofrimento - causado principalmente por dor física - das mães que optam ter os seus filhos de maneira natural.