O parto, que deveria ser associado a concepção de uma nova vida e, desta forma, ser festejado, quase sempre tem conotação negativa na sociedade, sendo realçados a dor e o sofrimento provocados por ele. Por esse motivo, as mulheres em geral passaram a temer o parto vaginal e, ignorando os riscos de uma cesariana, passaram a optar por ela sem que tal procedimento seja necessário. Soma-se a isso a precariedade do sistema público de saúde, em que há grande falta de profissionais responsáveis por amenizar a dor do parto, como anestesistas e enfermeiras, e a remuneração inadequada de obstetras, que recebem de acordo com o número de procedimentos, ao invés de receberem de acordo com o número de horas trabalhadas. Consequentemente, os médicos passaram a incentivar a cesariana, cuja duração geralmente é menor do que a de um parto vaginal, com o intuito de poderem atender mais mulheres, ganhando mais com essa prática. Assim, as pacientes são prejudicadas, pois o tempo de recuperação após uma cesariana é maior e tanto a mãe quanto o bebê são expostos a um risco de vida desnecessário. Portanto, devem haver medidas que favoreçam a escolha e a orientação ao parto vaginal. Uma delas é a melhoria na remuneração dos médicos, para que estes orientem melhor suas pacientes. Outra medida a ser tomada é melhorar os hospitais públicos, incluindo a contratação de mais profissionais, para que as mães tenham o mínimo de desconforto possível e possam se alegrar com a chegada de uma nova vida.