Desde o Brasil Colônia, o país vivenciou um passado de intensos fluxos migratórios, atraídos pela necessidade de mão-de-obra em uma economia essencialmente agricultora. No século XXI, ainda é possível constatar um grande efluente de migrantes vindo para o Brasil, que buscam saída da crise humanitária de seus países. No entanto, apesar da existência de uma legislação que assegura a integração desses refugiados, eles ainda enfrentam diversas barreiras e necessitam, portanto, que o poder público ofereça melhores condições para sanar essa problemática. Em primeiro lugar, é importante evidenciar que essa migração é impulsionada pelo estado de crise instaurado nos países de origem dos apátridas, nos quais configura-se a incapacidade do governo em suprir a subsistência de seus cidadãos. Um exemplo disso é o caso dos imigrantes venezuelanos, os quais começaram a vir para o Brasil em grandes contingentes, fugindo da alta inflação e precariedade social vigente na Venezuela. Dessa forma, esses migrantes vêm para o país em busca de emprego e melhores condições de moradia, no entanto, a grande maioria acaba ficando isolada, sem receber o tratamento adequado. De segunda parte, o filósofo Zygmunt Bauman defende em sua teoria da “Modernidade Líquida”, que o individualismo é emergente na sociedade contemporânea. Em consoante com essa afirmação, os refugiados sofrem também com a discriminação por parte da sociedade, o que corrobora para a exclusão social dessa parcela. Embora a legislação do refugiado- aprovada em maio de 2017- represente um avanço nesse contexto, na prática ainda há muito o que ser feito para garantir a naturalização dessa massa popular. Em suma, é necessário que sejam criadas políticas públicas eficientes para resolver esse impasse. Cabe, primordialmente, ao Governo Federal a instalação de medidas de assistência social nos locais de barreira federal, disponibilizando abrigo adequado e ações de saúde para atender esses indivíduos, a fim de garantir condições humanitárias adequadas. Ademais, as empresas devem dispor vagas e promover oficinas, oferecendo capacitação profissional para a inclusão no mercado de trabalho. Assim, ocorrerá a correta integração dos migrantes na sociedade brasileira, superando esse agravante.