Título da redação:

O "combo" brasileiro: a falta de separação e a existência dos lixões

Tema de redação: Meios para o controle do excesso de lixo gerado no Brasil

Materiais:

Redação enviada em 01/03/2017

Desde o fim da guerra fria, em 1985, e a consolidação do modelo econômico capitalista, se estabelece no mundo o consumismo desenfreado. Uma das consequências disso é a produção, também descontrolada, de lixo, que por ser altamente prejudicial para o meio ambiente, precisa de separação e destinação adequadas. No Brasil, entretanto, o cenário é diferente: grande parte da população não faz separação seletiva dos resíduos que produz, alguns não possuem sequer acesso a serviços adequados de destinação e tratamento dos mesmos. Devem ser considerados, em primeiro lugar, os benefícios que a implantação da coleta coletiva de lixo nos trariam. Segundo a composição gravimétrica divulgada em 2014 pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), 57% do nosso lixo é composto por sobras de alimentos, que poderiam ser utilizadas como adubo, por exemplo. Já o plástico que corresponde a 17%, o papel (13%), o vidro (2,5%), e o metal (2%), são materiais que, se devidamente separados, podem retornar à cadeia produtiva, diminuindo assim o custo de produção e a poluição ao meio ambiente. É necessário observar também onde esse lixo, não separado seletivamente na maior parte do país, vai parar. Segundo os dados da própria ABRELPE, 38% dos brasileiros não possuem acesso a serviços de coleta e tratamento de lixo e mesmo após a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, 1559 cidades ainda possuem lixões a céu aberto. São quase 80 milhões de habitantes produzindo resíduos que poluem, através dos vazadouros, o solo, as águas e o ar, ajudando assim a destruir o planeta que habitamos. Percebe-se, portanto, o quão benéfico seriam, tanto para a população quanto para o meio ambiente, ações que implantassem a política de coleta seletiva de lixo, bem como a erradicação de lixões a céu aberto. Logo, o poder legislativo deve criar leis que obriguem a população a separar o lixo que produz. Já os municípios, atores mais próximos da população, podem divulgar cartilhas nas redes sociais e nas Redes de Televisão, a fim de informar a população sobre como separar devidamente tal lixo. O mesmo município deve intensificar a fiscalização nos lixões, aplicando multas severas em qualquer pessoa que permita que o seu terreno vire um depósito de lixo, acabando assim com os mesmos.