A sociedade vive a era das transformações, enquanto de um lado há fartura, de outro há fome. Posto que muitos fatores entrem no cômputo dessa realidade -não só brasileira mas também mundial- a falta de consciência e organização de cidades e municípios figuram entre os motivos apontados para tal desequilíbrio socioeconômico. "Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis". A assertiva de Rene Descartes se encaixa perfeitamente nessa situação. A fome no mundo todo é um grande problema em que a solução não compete somente a conscientização das pessoas de que desperdício de comida é errado. Segundo relatório da FAO 2013, 805 milhões de pessoas, ou seja, 1 em cada 9 sofre de fome no mundo. Tratam-se de famílias inteiras, homens, mulheres grávidas, crianças, etc, todos procurando por alimentos em latas de lixo nas ruas. O pesquisador da UERJ José Abrantes demonstra em seu livro "Brasil: O País dos Desperdícios" que p desperdício no Brasil chega a 150% do PIB. Esse número não se refere somente ao que se perde de alimentos, água e energia elétrica, mas também a fatores como desemprego, analfabetismo, doenças e não aproveitamento do lixo. Já nos países europeus a cena é diferente: o desperdício está entre 20% e 25%. No Japão, menor que 20%e nos EUA chega a 35% (um número que já é considerado alto). Enfim, comida virando lixo não é o caminho para o bom desenvolvimento de um país. Portanto, se uma multa fosse aplicada mensalmente a cada família que desperdiça comida, esses números mudariam. Visitas aos domicílios para a verificação do aproveitamento de alimentos e para a elaboração de campanhas de conscientização da população poderiam ser feitas por Assistentes Sociais e Agentes Comunitários em parceria com iniciativas privadas de publicidade e propaganda.