Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Como promover a inclusão social de ex-presidiários no Brasil

Redação enviada em 21/05/2018

O massacre do Caradiru, em 1992, trouxe à tona o problema da superlotação de presídios, panorama que ainda não mudou, outrossim, um levantamento da revista Istoé mostrou que 70% dos presidiários reincidem, sendo a principal causa do fator superlotação. Desse modo, falta de inclusão social de ex-presidiários é um problema com diversas consequências. Diante disso, a analise de aspectos como o perfil dos presos no Brasil e os aspectos humanos do indivíduo preso é necessária a fim de se encontrar soluções para o problema. Conforme dados do Ministério da Justiça, a maioria dos crimes foi cometida em situação de vulnerabilidade social, em que o Estado deixou de agir, pois mais da metade da população carcerária é analfabeta e pobre. Nesse sentido, muitos presidiários não tiveram oportunidades reais de aprenderem profissões e cometeram crimes influenciados pela realidade em que estavam inseridos. Por isso, quando saem do presídio, não sabem realizar atividades remuneradas e geralmente não têm oportunidades de emprego devido ao estigma social de criminalizado que o acompanha. Outro ponto importante é a disposição de presos em melhorar de vida. Segundo o doutor Dráuzio Varella, nos presídios em que trabalhou, muitos presos dos quais cuidou demonstravam vontade de aprender ofícios para mudar a própria realidade. Também, vários eram influenciados positivamente por religiões lá dentro pregadas, simplesmente por terem recebido atenção de pastores ou padres, o que sugere a necessidade dessas pessoas de serem ouvidas e que profissionais capacitados como como psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais poderiam ajuda-los a se conhecerem e a se prepararem para a vida em sociedade. No entanto, mesmo que seja capacitado para voltar à sociedade, esta não esta pronta para recebe-lo. É certo que um ex-detento será preterido ao disputar uma vaga de emprego com outra que nunca foi condenada, então, se não houver estímulos como incentivos fiscais ou cotas para que empresas contratem, será difícil coloca-las no mercado de trabalho. Logo, é evidente que não se pode esperar que o indivíduo que terminou de cumprir a pena e foi solto nas mesmas circunstâncias em que cometeu o crime se ressocialize sozinho. Portanto, é primordial que o sistema penitenciário ofereça ao presidiário, durante sua pena, o aprendizado de diferentes ofícios para que possa exercer uma função na sociedade ao sair. Ademais, como parte do processo de reinserção, o governo deve implementar o acompanhamento de profissionais de saúde e de reintegração social. Por fim, cabe também ao governo estabelecer vantagens para que empresas contratem essas pessoas. Todas essas medidas visam diminuir a reincidência de crimes e, consequentemente, a superlotação de prisões e a violência nas cidades.