No Período Neolítico, há 10 mil anos, o ser humano descobriu a possibilidade de se plantar o seu próprio alimento, reduzindo a busca por comida e a fome. Contudo, a situação presente se assemelha ao vivido eras passadas, seja na busca por alimentos, realmente saudáveis, seja pela inanição. Tal contexto se deve, fundamentalmente, devido a um processo capitalista de produção e a má distribuição de comida. Em primeira instância, tem-se, segundo o pensamento Marxista, que a economia rege o pensamento e o comportamento social. Nesse sentido, a agroindústria prioriza o lucro em detrimento da segurança e qualidade de suas produções. Prova disso, o alto índice de agrotóxicos utilizados nas plantações, para aumentar o rendimento da produção, está não só diretamente relacionado com mutações genéticas e danos ao sistema nervoso central, como também ao suicídio, de acordo com alguns estudos conduzidos pela Universidade Federal do Rio Grande do sul, em que foi descoberto que o uso do agroquímico “Organofosforado” deprime o sistema nervoso central e, por isso, está diretamente relacionado com o aumento da taxa de suicídio na região Sul. Posto isso, torna-se notável a urgência de medidas para reduzir o uso desses componentes, uma vez que produtos orgânicos são extremamente caros e inacessíveis a grande parte da população. Não obstante, após a Segunda Guerra Mundial, foi desenvolvido a Revolução Verde, com o intuito de acabar com a fome no mundo. Todavia, o ideal humanista logo foi corrompido, consequência da ávida busca pelo lucro. Nesse âmbito, verifica-se, segundo informações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que uma em cada nove pessoas morre de inanição no mundo. Em contraste a isso, observa-se que a produção de alimentos, atualmente, é mais do que suficiente para abastecer a população mundial, contudo, um terço desse alimento produzido é jogado fora, de acordo com informações da FAO, comprovando o supracitado. Desse modo, a distribuição heterogênea de comida pelo mundo é responsável direta pela morte de mais de 30 mil pessoas diariamente, segundo a ONU. Nessa perspectiva, portanto, vê-se a necessidade da criação de normas para atenuar a problemática. Dessa maneira, o Poder Legislativo, em consonância com o Ministério da Agricultura, deve estabelecer uma lei com a quantidade máxima de agrotóxico usado, por metro quadrado de plantação, por intermédio de uma política de fiscalização acentuada e aplicação de multas para o desacato do estabelecido para que, assim, comprimam-se os prejuízos acarretados pelo uso excessivo dos praguicidas. Ademais, as Secretarias Municipais, em concomitância com a ONG “Banco de Alimentos”, deve redistribuir os alimentos que seriam jogados fora, para as pessoas que passam fome, por meio de um esquema de recuperação de alimentos que seriam descartados em restaurantes e mercados e, dessa forma, reduzir a fome no Brasil. Por meio disso, talvez, haverá uma sociedade que se distanciara de 10 mil anos atrás.